quarta-feira, 16 de junho de 2010
terça-feira, 15 de junho de 2010
O que é TDAH?
O que é TDAH?
É um transtorno neuropsicológico com base biológica, que afeta 10% da população mundial, de caráter hereditário, onde observamos a nível de lobo frontal do cérebro, uma baixa concentração de dopamina e/ou noradrenalina em regiões sinápticas das conexões neuronais das vias dopaminérgicas e noradrenérgicas, levando a uma tríade sintomatológica clássica de falta de atenção sustentada e/ou hiperatividade e impulsividade, levando a uma série de alterações comportamentais e de relacionamento, com graves conseqüências caso não seja detectado e tratado precocemente entre os 6 e os 12 anos, pois o TDAH não tratado vai resultar em problemas na vida de relações das crianças e adultos (com pais, colegas, amigos, chefes, autoridades, etc.) comprometendo muitas vezes também o aprendizado.
É um transtorno neuropsicológico com base biológica, que afeta 10% da população mundial, de caráter hereditário, onde observamos a nível de lobo frontal do cérebro, uma baixa concentração de dopamina e/ou noradrenalina em regiões sinápticas das conexões neuronais das vias dopaminérgicas e noradrenérgicas, levando a uma tríade sintomatológica clássica de falta de atenção sustentada e/ou hiperatividade e impulsividade, levando a uma série de alterações comportamentais e de relacionamento, com graves conseqüências caso não seja detectado e tratado precocemente entre os 6 e os 12 anos, pois o TDAH não tratado vai resultar em problemas na vida de relações das crianças e adultos (com pais, colegas, amigos, chefes, autoridades, etc.) comprometendo muitas vezes também o aprendizado.
OBS: TDAH não é simples transtorno como se apresentava inicialmente, mas sim, um grave problema de saúde, dos mais estudados hoje nos países desenvolvidos.
Quais são as complicações mais freqüentes do TDAH não tratado?
O TDAH não tratado serve de substrato para o desenvolvimento de várias comorbidades, que segundo trabalhos do Dr. Bierderman e colaboradores, ocorrem em 51% das crianças e 77% dos adultos com TDAH, dentre elas, podemos citar a ansiedade generalizada, depressão, síndrome de pânico, transtorno do comer compulsivamente, jogar compulsivamente, hiper-sexualidade (40% das meninas americanas vão para a gravidez precoce e 15% para as doenças sexualmente transmissíveis), transtorno obsessivo compulsivo (TOC), transtorno opositor desafiador (TOD), transtorno de conduta (TC) com pequenos furtos e mentiras, podendo evoluir para personalidade ante-social e dependência química, tendo ainda como conseqüência a evasão escolar precoce, delinqüência infanto-juvenil, relacionamentos amorosos conturbados, acidentes de trânsito onde são os motoristas os culpados, acidentes em esportes radicais etc.
"A TDAH não tratado vai resultar em problemas na vida de relações das crianças e adultos"
Como diagnosticar o TDAH?
O diagnóstico é eminentemente clínico, baseando-se em critérios operacionais clínicos, claros e bem definidos, proveniente de sistemas classificatórios confiáveis, executados por equipe multidisciplinar (médicos, psicólogos, pedagogos, fonoaudiólogos, psiquiatras, neurologistas etc.)
Quais são os tipos de TDAH?
Vamos encontrar 04 tipos de TDAH com ou sem comorbidades.
a) TDAH do tipo predominante desatento.
Sintomas: falta de atenção sustentada, distrabilidade.
Obs: Geralmente crianças dóceis, fáceis de se lidar, porém com dificuldade de aprendizagem desde o início de sua vida escolar, pois sua falta de atenção sustentada não deixa que ela mostre seu potencial.
b) TDAH do tipo Hiperativo/Impulsivo.
Obs: Geralmente não apresentam dificuldade a nível de aprendizagem nos primeiros anos de vida escolar, podendo aparecer problemas de aprendizagem, com evolução do grau de dificuldade geralmente por volta da 5ª série ou mesmo, posteriormente. Desenvolvem um padrão de comportamento disfuncional tumultuando as aulas, são resistentes à frustração, imediatista e com dificuldade de seguir regras e instruções, por isso apresentam altas taxas de impopularidade e de rejeição pelos colegas.
c) TDAH do tipo combinado.
Sintomas: Falta de atenção sustentada, hiperatividade e impulsividade.
Obs: Apresenta maior prejuízo no funcionamento global. Quando comparado aos outros 2 tipos é o que apresenta também maior número de comorbidades.
d) Tipo inespecífico.
Quando não apresentam o número de sintomas suficientes para serem classificados em nenhum dos tipos acima, porém alguns dos sintomas estão presentes e prejudicando seu desempenho escolar, familiar e profissional, o critério passa a ser então mais dimensional do que quantitativo.
"Um padrão de comportamento disfuncional que tumultua as aulas é um tipo de sintoma do TDAH"
O TDAH desaparece na adolescência?
Não, o paciente não tratado em sua maioria absoluta leva para a adolescência e idade adulta o TDAH, sendo que no início da adolescência o quadro hiperativo desaparece e surge em seu lugar uma energia nervosa e uma inquietação cognitiva, permanecendo a impulsividade, e se não tratado leva o individuo a enfrentar uma série de dificuldades e o agravamento das comorbidades.
Qual a relação do TDAH com a dificuldade de aprendizagem?
O TDAH representa 80% de todas as causas de dificuldade no aprendizado. Contudo, outras patologias devem ser investigadas, tais como: debilidade mental, síndrome do X frágil, epilepsias, síndrome de Tourette e outras patologias neurológicas e sistêmicas.
"O TDAH representa 80% de todas as causas de dificuldade no aprendizado"
Qual o tipo de abordagem terapêutica mais eficaz para o tratamento do TDAH?
A abordagem terapêutica é feita de forma multidisciplinar, envolvendo tanto o diagnóstico quanto o tratamento onde, profissionais médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, pedagogos, psiquiatras, neurologistas, neuropediatras, pediatras etc., são envolvidos no processo, com técnicas específicas como a terapia cognitivo comportamental (TCC) aos cuidados dos Psicólogos e Psiquiatras, e o uso de medicações neuroestimulantes e medicamentos específicos no tratamento das comorbidades. As patologias neuropsicológicas com base biológica não respondem bem a outros tipos de terapias.
Qual a situação atual dos países desenvolvidos em relação ao tratamento da TDAH?
Todos sabemos, que nos países de 1° mundo, a educação e saúde são primordiais, o que justifica em parte ser um país de 1°mundo. Nos Estados Unidos, numa população alvo em torno de 25 milhões de pacientes, mais de 10 milhões encontra-se em tratamento. No Canadá, numa população alvo, de aproximadamente 13 milhões, 8 milhões encontram-se em tratamento.
Na Alemanha, numa população alvo, de 25 milhões de habitantes, aproximadamente 8 milhões encontram-se em tratamento, comparados ao Brasil, com uma população alvo em torno de 17 milhões, para 30 mil pacientes em tratamento, observamos que a nossa situação é grave, de perspectivas sombrias, se as autoridades de saúde publica e educacional não tomarem conhecimento e medidas efetivas para tratar os pacientes com TDAH.
"No Brasil de uma população alvo em torno de 17 milhões, 30 mil pacientes estão em tratamento"
Qual as maiores dificuldades para o tratamento do TDAH?
Falta de centros de referência com pessoal treinado, capacitado e habilitado para diagnóstico e tratamento e a educação no sistema de saúde pública e nas escolas. Outro entrave grave inerente aos países do 3° mundo e a ignorância de um modo geral, isto é, o desconhecimento das instituições e das pessoas em relação às conseqüências de um TDAH não tratado. Não podemos deixar de citar o preconceito, resultado da ignorância, como um dos fatores que entravam e dificultam o tratamento do paciente com TDAH.
É preciso educar, educar e educar para se chegar com maior facilidade a recuperação da saúde do paciente com TDAH.
Na finalização desse processo é fundamental que haja uma avaliação adequada e objetiva da gravidade dos sintomas e/ou qualidade de vida do paciente.
É importante que a família e a escola aprendam a lidar com esta criança, que responde muito melhor, ao reforço positivo do que a punição.
A criança com TDAH na escola, na família e na sociedade, está sempre "fora do contexto", é como se tentássemos encaixar um prego redondo num buraco quadrado.
Esta criança tem que ser envolvida, motivada, para que ela mostre todo o seu potencial, pois são crianças inteligentes, criativas e intuitivas, na realidade esta criança não tem déficit de atenção, ela tem sim, uma inconstância na atenção e são capazes de uma hiperconcentração quando houver motivação.
O sucesso do tratamento está diretamente ligado ao suporte terapêutico, com diagnóstico técnico e a terapia cognitiva comportamental, onde a participação da escola, na figura do professor, da família como um todo e da equipe interdisciplinar que envolve um número de profissionais específicos para cada caso é que levarão ao sucesso do tratamento.
Devemos alertar que a interferência de pessoas que não conhecem o TDAH, mesmo sendo às vezes profissionais de áreas afins, funciona como um agravante no tratamento do TDAH, por retardar o tratamento e agravar as comorbidades.
Fonte:www.tdah.com.br
segunda-feira, 14 de junho de 2010
A conectividade gera sucesso!
Prof. Chafic Jbeili – www.unicead.com.br
Qualquer produção significante só é possível mediante alguma conectividade. O que poderá produzir a melhor equipe de colaboradores se não estiverem conectados entre si? Que aprendizado poderá promover a melhor equipe de educadores se não estiver em conectividade com os educandos? Quão efêmeros serão os relacionamentos social, conjugal, educacional ou profissional se as pessoas não se dispuserem a conectar-se entre si?
A falta de conectividade pode gerar a esterilidade que sobra nas mais rotineiras produções, palavras e ações.
Conectividade é um estado de união entre duas ou mais pessoas formando uma rede interativa e sinérgica. A conectividade requer influência mútua, ação recíproca, às vezes em tempos distintos e às vezes simultâneos. Sem conectividade não há afinidade e sem afinidade não pode haver vínculos, e sem vínculos não pode haver comunicação eficaz que, por sua vez, causa a essencial comunhão produtiva. Sem conectividade entre as partes teoricamente comprometidas não haverá proveito em quase nada que se produza de fato, de verdade e de direito.
Tudo que acontece fora do habitual e, por alguma razão, parece fundir uma pessoa a um objeto ou a outra(s) pessoa(s) é conectividade. As experiências mais marcantes e duradouras são oriundas de relações conexas e bem engendradas: O educando que apreende a lição e se apaixona pela matéria lecionada; os enamorados que se alimentam da lembrança um do outro; o turista que para extasiado ante a deslumbrante paisagem; o leitor que se apega ao livro etc.
Conectividade gera o insight produzido no cenário analítico; gera a química da paixão à primeira vista; gera a identificação do fã com seu ídolo; gera o religare entre o homem e Deus; gera a compreensão do educando que elabora o ensinamento mediado pelo mestre que leciona; gera no vendedor de sucesso a satisfação da necessidade real de seu cliente; gera no leitor o fascínio pela história escrita; gera no líder a disposição de servir, mais do que ser servido.
O entusiasmo e o afeto sustentam a conectividade até certo ponto, depois é a conectividade que sustentará ambos.
Quanto menos conectividade mais sem graça e irrelevante serão os objetos e os indivíduos. Mais apáticas serão as relações pessoais, tal qual mais insignificante serão para si as pessoas conhecidas, quem dirá as estranhas. Quanto mais conectividade, mais fascinante será aquilo que se faz e muito mais vibrantes serão as relações, seja entre par educativo, entre sócios empresários, entre colegas de trabalho, entre consortes e até entre estranhos no primeiro contato.
Conectividade exige tempo de qualidade, apreço, empatia, simpatia, humildade, desprendimento e generosidade, tudo junto, traduzido no gesto de parar e pensar o outro como jóia de diamante na vitrine da vida. Exige ouvir o outro nas brechas de seu silêncio. Exige ler o outro em suas expressões não verbais. Quem tem esse preparo? Quem tem essa disposição? Quem quer ser o expectador do diamante ou o leitor do livro quando na verdade a maioria quer ser o diamante cobiçado ou livro apreciado? Um objeto não anseia outro objeto, pessoas sim! Por isso perdem frequentemente a conectividade.
A conectividade que nos falta é fruto de uma vida corrida, absurda e irracionalmente competitiva, mas também de uma cultura hipócrita, cujas crianças são educadas para se darem bem sempre, a despeito do que façam, desde que pareçam socialmente admiráveis e respeitáveis. Esmeram-se na arte da esquiva e dissimulação, mais do que na conectividade.
Conectividade gera completude e bom senso, enquanto a desconexão gera individualidade, no sentido mais pejorativo e egoísta da palavra. A pessoa conectada é mais assertiva em suas colocações e intervenções, enquanto a pessoa desconectada mal sabe a hora de falar ou de calar, cometendo toda sorte de ações desastradas e indiscrições. Isso vale para a sala de aula em colapso; para o improdutivo grupo de trabalho ou para o matrimônio em convulsão. é tudo falta de conectividade!
A desconexão entre pessoas é uma estratégia vigarista para fragilizar os grupos de influência. Essa estratégia interessa muito a quem precisa de pessoas fracas, indecisas, vulneráveis e suscetíveis ao sugestionamento.
As personalidades mais expressivas e mais bem sucedidas da história da humanidade mantinham elevada qualidade de conectividade com as pessoas à sua volta, com suas metas pessoais e com os interesses comuns mais sublimes. A conectividade é quem torna sublime aquilo que se é e que se faz em conjunto e fortalece as pessoas dos grupos de influência.
Quer ainda mais sucesso e prosperidade em sua vida espiritual, amorosa, acadêmica ou profissional? Então conecte-se! Invista ainda mais em conectividade com as pessoas à sua volta e envolva-se com seus interesses comuns mais nobres.
Com conectividade,
Prof. Chafic Jbeili
Consultor vivencial, Psicanalista, Psicopedagogo e Escritor.
CONSULTORIA - CURSOS - OFICINAS - PALESTRAS
Formação continuada e qualificação profissional
e-mail: chafic.jbeili@gmail.com
www.chafic.com.br
www.unicead.com.br
quinta-feira, 10 de junho de 2010
domingo, 6 de junho de 2010
Quando a escola é de vidro
Quando a escola é de vidro
Naquele tempo eu até que achava natural que as coisas fossem daquele jeito.
E assim, OS vidros iam crescendo á medida em que você IA passando de ano.
Se não passasse de ano era um horror.
E pra falar a verdade, ninguém cabia direito.
Uns eram muito gordos, outros eram muito grandes, uns eram pequenos e ficavam afundados no vidro, nem assim era confortável.
Ele ficava louco DA vida e atarrachava a Tampa com força, que era pra não sair mais.
A gente não escutava direito o que OS professores diziam, OS professores não entendiam o que a gente falava...
As meninas ganhavam uns vidros menores que OS meninos.
Ninguém queria saber se elas estavam crescendo depressa, se não cabia nos vidros, se respiravam direito...
A gente só podia respirar direito na hora do recreio ou na aula de educação física.
As meninas, coitadas, nem tiravam OS vidros no recreio. E na aula de educação física elas ficavam atrapalhadas, não estavam acostumadas a ficarem livres, não tinha jeito nenhum para Educação Física.
Dizem, nem sei se é verdade, que muitas meninas usavam vidros até em Casa.
Estes eram OS mais tristes de todos.
Nunca sabiam inventar brincadeiras, não davam risada á toa, uma tristeza!
E então OS grandes diziam que sempre tinha sido assim; IA ser assim o resto DA vida.
Uma professora, que eu tinha, dizia que ela sempre tinha usado vidro, até pra dormir, por isso que ela tinha boa postura.
Uma vez um colega meu disse pra professora que existem lugares onde as escolas não usam vidro nenhum, e as crianças podem crescer a vontade.
Então a professora respondeu que era mentira, que isso era conversa de comunistas. Ou até coisa pior...
Tinha menino que tinha até de sair DA escola porque não havia jeito de se acomodar nos vidros. E tinha uns que mesmo quando saíam dos vidros ficavam do mesmo jeitinho, meio encolhidos, como se estivessem tão acostumados que até estranhavam sair dos vidros.
Mas uma vez, veio para minha escola um menino, que parece que era favelado, carente, essas coisas que as pessoas dizem pra não dizer que é pobre.
Aí não tinha vidro pra botar esse menino.
Então OS professores acharam que não fazia mal não, já que ele não pagava a escola mesmo...
Então o Firuli, ele se chamava Firuli, começou a assistir as aulas sem estar dentro do vidro.
O engraçado é que o Firuli desenhava melhor que qualquer um, o Firuli respondia perguntas mais depressa que OS outros, o Firuli era muito mais engraçado...
E OS professores não gostavam nada disso...
Afinal, o Firuli podia ser um mal exemplo pra nós...
E nós morríamos de inveja dele, que ficava no bem-bom, de perna esticada, quando queria ele espreguiçava, e até mesmo que gozava a cara DA gente que vivia preso.
Então um dia um menino DA minha classe falou que também não IA entrar no vidro.
Dona Demência ficou furiosa, deu um coque nele e ele acabou tendo que se meter no vidro, como qualquer um.
Mas no dia seguinte duas meninas resolveram que não iam entrar no vidro também:
- Se o Firuli pode por que é que nós não podemos?
Mas Dona Demência não era sopa.
Deu um coque em cada uma, e lá se foram elas, cada uma pro seu vidro...
Já no outro dia a coisa tinha engrossado.
Já tinha oito meninos que não queriam saber de entrar nos vidros.
Dona Demência perdeu a paciência e mandou chamar seu Hermenegildo que era o diretor lá DA escola.
Seu Hermenegildo chegou muito desconfiado:
- Aposto que essa rebelião foi fomentada pelo Firuli. É um perigo esse tipo de gente aqui na escola. Um perigo!
A gente não sabia o que é que queria dizer fomentada, mas entendeu muito bem que ele estava falando mal do Firuli.
E seu Hermenegildo não conversou mais. Começou a pegar as meninos um por um e enfiar á força dentro dos vidros.
Mas nós estávamos loucos para sair também, e pra cada um que ele conseguia enfiar dentro do vidro - já tinha dois fora.
E todo mundo começou a correr do seu Hermenegildo, que era pra ele não pegar a gente, e na correria começamos a derrubar os vidros.
E quebramos um vidro, depois quebramos outro e outro mais dona Demência já estava na janela gritando - SOCORRO! VÂNDALOS! BÀRBAROS!
(pra ela bárbaro era xingação).
Chamem o Bombeiro, o exército da Salvação, a Polícia Feminina...
Os professores das outras classes mandaram cada um, um aluno para ver o que estava acontecendo.
E quando os alunos voltaram e contaram a farra que estava na 6° série todo mundo ficou assanhado e começou a sair dos vidros.
Na pressa de sair começaram a esbarrar uns nos outros e os vidros começaram a cair e a quebrar.
Foi um custo botar ordem na escola e o diretor achou melhor mandar todo mundo pra casa, que era pra pensar num castigo bem grande, pro dia seguinte.
Então eles descobriram que a maior parte dos vidros estava quebrada e que ia ficar muito caro comprar aquela vidraria tudo de novo.
Então diante disso seu Hermenegildo pensou um pocadinho, e começou a contar pra todo mundo que em outros lugares tinha umas escolas que não usavam vidro nem nada, e que dava bem certo, as crianças gostavam muito mais.
E que de agora em diante ia ser assim: nada de vidro, cada um podia se esticar um bocadinho, não precisava ficar duro nem nada, e que a escola agora ia se chamar Escola Experimental.
Dona Demência, que apesar do nome não era louca nem nada, ainda disse timidamente:
- Mas seu Hermenegildo, Escola Experimental não é bem isso...
Naquele tempo eu até que achava natural que as coisas fossem daquele jeito.
Eu nem desconfiava que existissem lugares muito diferentes...
Eu IA pra escola todos OS dias de manhã e quando chagava, logo, logo, eu tinha que me meter no vidro.
É, no vidro!
Cada menino ou menina tinha um vidro e o vidro não dependia do tamanho de cada um, não!
O vidro dependia DA classe em que a gente estudava.
Se você estava no primeiro ano ganhava um vidro de um tamanho.
Se não passasse de ano era um horror.
Você tinha que usar o mesmo vidro do ano passado.
Coubesse ou não coubesse.
Aliás nunca ninguém se preocupou em saber se a gente cabia nos vidros.
E pra falar a verdade, ninguém cabia direito.
Uns eram muito gordos, outros eram muito grandes, uns eram pequenos e ficavam afundados no vidro, nem assim era confortável.
Os muitos altos de repente se esticavam e as tampas dos vidros saltavam longe, ás vezes até batiam no professor.
Ele ficava louco DA vida e atarrachava a Tampa com força, que era pra não sair mais.
A gente não escutava direito o que OS professores diziam, OS professores não entendiam o que a gente falava...
As meninas ganhavam uns vidros menores que OS meninos.
A gente só podia respirar direito na hora do recreio ou na aula de educação física.
Mas aí a gente já estava desesperado, de tanto ficar preso e começava a correr, a gritar, a bater uns nos outros.
As meninas, coitadas, nem tiravam OS vidros no recreio. E na aula de educação física elas ficavam atrapalhadas, não estavam acostumadas a ficarem livres, não tinha jeito nenhum para Educação Física.
Dizem, nem sei se é verdade, que muitas meninas usavam vidros até em Casa.
E alguns meninos também.
Estes eram OS mais tristes de todos.
Nunca sabiam inventar brincadeiras, não davam risada á toa, uma tristeza!
Alguns reclamavam.
Uma professora, que eu tinha, dizia que ela sempre tinha usado vidro, até pra dormir, por isso que ela tinha boa postura.
Uma vez um colega meu disse pra professora que existem lugares onde as escolas não usam vidro nenhum, e as crianças podem crescer a vontade.
Então a professora respondeu que era mentira, que isso era conversa de comunistas. Ou até coisa pior...
Tinha menino que tinha até de sair DA escola porque não havia jeito de se acomodar nos vidros. E tinha uns que mesmo quando saíam dos vidros ficavam do mesmo jeitinho, meio encolhidos, como se estivessem tão acostumados que até estranhavam sair dos vidros.
Mas uma vez, veio para minha escola um menino, que parece que era favelado, carente, essas coisas que as pessoas dizem pra não dizer que é pobre.
Aí não tinha vidro pra botar esse menino.
Então OS professores acharam que não fazia mal não, já que ele não pagava a escola mesmo...
Então o Firuli, ele se chamava Firuli, começou a assistir as aulas sem estar dentro do vidro.
O engraçado é que o Firuli desenhava melhor que qualquer um, o Firuli respondia perguntas mais depressa que OS outros, o Firuli era muito mais engraçado...
E OS professores não gostavam nada disso...
Afinal, o Firuli podia ser um mal exemplo pra nós...
E nós morríamos de inveja dele, que ficava no bem-bom, de perna esticada, quando queria ele espreguiçava, e até mesmo que gozava a cara DA gente que vivia preso.
Então um dia um menino DA minha classe falou que também não IA entrar no vidro.
Dona Demência ficou furiosa, deu um coque nele e ele acabou tendo que se meter no vidro, como qualquer um.
Mas no dia seguinte duas meninas resolveram que não iam entrar no vidro também:
- Se o Firuli pode por que é que nós não podemos?
Mas Dona Demência não era sopa.
Deu um coque em cada uma, e lá se foram elas, cada uma pro seu vidro...
Já no outro dia a coisa tinha engrossado.
Já tinha oito meninos que não queriam saber de entrar nos vidros.
Dona Demência perdeu a paciência e mandou chamar seu Hermenegildo que era o diretor lá DA escola.
Seu Hermenegildo chegou muito desconfiado:
- Aposto que essa rebelião foi fomentada pelo Firuli. É um perigo esse tipo de gente aqui na escola. Um perigo!
A gente não sabia o que é que queria dizer fomentada, mas entendeu muito bem que ele estava falando mal do Firuli.
E seu Hermenegildo não conversou mais. Começou a pegar as meninos um por um e enfiar á força dentro dos vidros.
Mas nós estávamos loucos para sair também, e pra cada um que ele conseguia enfiar dentro do vidro - já tinha dois fora.
E todo mundo começou a correr do seu Hermenegildo, que era pra ele não pegar a gente, e na correria começamos a derrubar os vidros.
E quebramos um vidro, depois quebramos outro e outro mais dona Demência já estava na janela gritando - SOCORRO! VÂNDALOS! BÀRBAROS!
(pra ela bárbaro era xingação).
Chamem o Bombeiro, o exército da Salvação, a Polícia Feminina...
Os professores das outras classes mandaram cada um, um aluno para ver o que estava acontecendo.
E quando os alunos voltaram e contaram a farra que estava na 6° série todo mundo ficou assanhado e começou a sair dos vidros.
Na pressa de sair começaram a esbarrar uns nos outros e os vidros começaram a cair e a quebrar.
Foi um custo botar ordem na escola e o diretor achou melhor mandar todo mundo pra casa, que era pra pensar num castigo bem grande, pro dia seguinte.
Então eles descobriram que a maior parte dos vidros estava quebrada e que ia ficar muito caro comprar aquela vidraria tudo de novo.
Então diante disso seu Hermenegildo pensou um pocadinho, e começou a contar pra todo mundo que em outros lugares tinha umas escolas que não usavam vidro nem nada, e que dava bem certo, as crianças gostavam muito mais.
E que de agora em diante ia ser assim: nada de vidro, cada um podia se esticar um bocadinho, não precisava ficar duro nem nada, e que a escola agora ia se chamar Escola Experimental.
Dona Demência, que apesar do nome não era louca nem nada, ainda disse timidamente:
- Mas seu Hermenegildo, Escola Experimental não é bem isso...
Seu Hermenegildo não se pertubou:
- Não tem importância. Agente começa experimentando isso. Depois a gente experimenta outras coisas...
E foi assim que na minha terra começaram a aparecer as Escolas Experimentais.
Depois aconteceram muitas coisas, que um dia eu ainda vou contar...
sábado, 5 de junho de 2010
Pegue uma cebola
Pegue uma cebola
Pegue uma cebola e corte no meio. Então olhe bem para ela com olhos de criança. Se você não sabe o que é o olhar de uma criança, leia o poeta Alberto Caeiro para aprender...
Uma paciente minha, dos tempos em que eu exercia a psicanálise, olhou com olhos de criança para uma cebola cortada ao meio e ficou tão espantada com o que viu que pensou que estava ficando louca.
Uma cebola cortada é mesmo um espanto. Pablo Neruda, olhando para uma cebola, escreveu: "Rosa de água com escamas de cristal...".
Agora, figure que uma cebola cortada é um modelo do mundo. Bem no centro, lá onde o primeiro anel é tão pequeno que não chegou a ser anel, ponha uma criança. Imagine que os anéis são os mundos que ela precisa conhecer para viver.
Mas não é possível comer o que está longe. Não é possível pular anéis. Só se pode comer o quarto anel depois que se comeu o primeiro, o segundo e o terceiro anéis.
A cebola cortada me sugeriu a forma como o primeiro currículo deveria ser organizado: como os anéis de uma cebola, na ordem certa. O que estaria contido no primeiro anel? A resposta é fácil: o primeiro anel que abraça a criança é a sua casa.
Não fui ousado ao ponto de sugerir a construção de uma casa de tijolo e cimento. Mas é a imaginação que faz o que não existe existir! Pensei que a casa onde uma criança mora, o primeiro anel da sua cebola, é um universo imenso, cheio de provocações ao conhecimento.
Primeiro, a casa como objeto matemático: ângulos, triângulos, linhas horizontais, verticais e paralelas, proporções e simetrias.
Depois, como objeto da física: a composição de forças no travamento do telhado, o prumo, o nível, as caixas de ferramentas, o martelo, o serrote, a pua, a física dos materiais, a madeira, o vidro, a cerâmica, o plástico, a eletricidade que esquenta e que esfria, a eletricidade que faz girar, que ilumina e produz música.
Esse laboratório de química chamado cozinha: o fogo, os alimentos, os temperos.
O mundo das coisas vivas: as baratas, as traças, os tatuzinhos, os piolhos, os pássaros, as aranhas, os cachorros, os gatos, os peixes, os pernilongos, os mosquitos da dengue, os caramujos.
O mundo das doenças e da saúde. Os primeiros-socorros. O lixo, as privadas... Ouse imaginar quantas toneladas de cocô por ano os humanos colocam na nossa Terra...
E, ao tomar o seu branco e puro leitinho, imagine quantas toneladas de bosta de vaca e quantos metros cúbicos de gases fétidos são lançados na atmosfera diariamente pelos bovinos inocentes.
O mundo da cultura: as revistas, os livros, a televisão, o jardim, os quadros.
Gostaria de conhecer a casa em que moro, mas não conheço. Aperto uma infinidade de botões que fazem as coisas acontecerem, mas não sei por que elas acontecem, e, quando não acontecem, fico perdido e tenho de chamar um técnico.
Pensei que as crianças gostariam da ideia assim como eu gostei. Aprendendo sobre a casa aprendemos sobre o mundo todo. Pois o mundo todo é a grande casa em que moramos, o último anel da cebola...
Por Rubem Alves, para o Portal Aprendiz

Uma paciente minha, dos tempos em que eu exercia a psicanálise, olhou com olhos de criança para uma cebola cortada ao meio e ficou tão espantada com o que viu que pensou que estava ficando louca.
Uma cebola cortada é mesmo um espanto. Pablo Neruda, olhando para uma cebola, escreveu: "Rosa de água com escamas de cristal...".
Agora, figure que uma cebola cortada é um modelo do mundo. Bem no centro, lá onde o primeiro anel é tão pequeno que não chegou a ser anel, ponha uma criança. Imagine que os anéis são os mundos que ela precisa conhecer para viver.
Mas não é possível comer o que está longe. Não é possível pular anéis. Só se pode comer o quarto anel depois que se comeu o primeiro, o segundo e o terceiro anéis.
A cebola cortada me sugeriu a forma como o primeiro currículo deveria ser organizado: como os anéis de uma cebola, na ordem certa. O que estaria contido no primeiro anel? A resposta é fácil: o primeiro anel que abraça a criança é a sua casa.
Não fui ousado ao ponto de sugerir a construção de uma casa de tijolo e cimento. Mas é a imaginação que faz o que não existe existir! Pensei que a casa onde uma criança mora, o primeiro anel da sua cebola, é um universo imenso, cheio de provocações ao conhecimento.
Primeiro, a casa como objeto matemático: ângulos, triângulos, linhas horizontais, verticais e paralelas, proporções e simetrias.
Depois, como objeto da física: a composição de forças no travamento do telhado, o prumo, o nível, as caixas de ferramentas, o martelo, o serrote, a pua, a física dos materiais, a madeira, o vidro, a cerâmica, o plástico, a eletricidade que esquenta e que esfria, a eletricidade que faz girar, que ilumina e produz música.
Esse laboratório de química chamado cozinha: o fogo, os alimentos, os temperos.
O mundo das coisas vivas: as baratas, as traças, os tatuzinhos, os piolhos, os pássaros, as aranhas, os cachorros, os gatos, os peixes, os pernilongos, os mosquitos da dengue, os caramujos.
O mundo das doenças e da saúde. Os primeiros-socorros. O lixo, as privadas... Ouse imaginar quantas toneladas de cocô por ano os humanos colocam na nossa Terra...
E, ao tomar o seu branco e puro leitinho, imagine quantas toneladas de bosta de vaca e quantos metros cúbicos de gases fétidos são lançados na atmosfera diariamente pelos bovinos inocentes.
O mundo da cultura: as revistas, os livros, a televisão, o jardim, os quadros.
Gostaria de conhecer a casa em que moro, mas não conheço. Aperto uma infinidade de botões que fazem as coisas acontecerem, mas não sei por que elas acontecem, e, quando não acontecem, fico perdido e tenho de chamar um técnico.
Pensei que as crianças gostariam da ideia assim como eu gostei. Aprendendo sobre a casa aprendemos sobre o mundo todo. Pois o mundo todo é a grande casa em que moramos, o último anel da cebola...
quinta-feira, 3 de junho de 2010
O que é mediação da aprendizagem?
Estou lendo um livro chamado Mediação da Aprendizagem que traz muitas contribuições de Feuerstein e de Vygotsky, chego a conclusão que minhas dúvidas e questionamentos estão trilhando caminhos certos.
Buscar entender a mediação na aprendizagem é compreender de que forma acontece a aprendizagem no ser humano.


Ao professor não basta ensinar, ao professor compete mediar.
Vemos hoje um discurso muito usado em quase todas as escolas do país: " O aluno precisa aprender a aprender" na realidade isso virou um jargão, que na maioria das vezes não acontece. Todo professor precisa ter em mente que necessita mudar sua forma de agir , mudar o estilo de suas aulas, precisa alcançar este aluno na integra, ou a aprendizagem não irá acontecer. Nos cursos de graduação, pós- graduação e etc vemos professores nos aconselhando a lecionarmos de forma a transmitir as informações aos nossos alunados de forma que os mesmos consigam perceber e entender o que queremos transmitir. Os professores de uma forma geral até tentam mas a grande maioria não sabe como fazer isto acontecer.
Nas Universidades , lemos textos retirados de livros e não livros inteiros, por este motivo, apenas refletimos o que diz um capítulo,ou seja fazemos sinteses e discutimos o conteúdofracionado, não nos dão espaço para sermos autores de nossa prática, não nos deixam espaço para produzir bons textos, e assim formamos professores que não acham importante a criação, damos valores a cópias. Como diria Jung " nascemos original e morremos cópia". É bem verdade que isso acontece, portanto, precisamos de modelos para serem seguidos, mas que modelos estamos seguindo?formando? como exigir do professor, mudanças? Então levantamos uma questão: Qual a diferença entre ensinar e mediar? ou seja qual a diferença entre ser professor e ser mediador? Um professor pode ser mediador? Como fazer deste aluno autor de sua história ou que não seja apenas um transmissor de conhecimentos , mas que seja produtor de conhecimentos , que saiba desenvolver sua autonomia para poder aprender a aprender.Formando-se assim como que diz nossa LDB, cidadão do mundo, crítico , reflexivo, justo e eficaz nas suas ações e consciente de seu papel no mundo e na sociedade.
Minha mãe de uma certa forma me vem hoje a lembrança como a primeira mediadora que conheci e talvéz a mais importante. Em toda minha infância, lembro dela lendo e me fazendo depois narrar o que ela havia lido de forma que eu pudesse não decorar sua fala, mas de alguma forma oportunizar a minha criação, ou seja que eu pudesse descrever de que forma compreendi o que ela havia lido. O mais engraçado disso é que ela não tinha instrução, não havia feito um curso superior, nem pós graduação e nem tão puco mestrado ou doutorado em educação. Havia sim, todo um encantamento em sua fala, que até hoje a escuto contando com tanta emoção por exemplo, a história de Cachinhos de ouro, e eu enquanto ouvinte me deixava penetrar por esse mundo do faz de conta, e assim ia de uma certa forma construindo meus saberes e no dialógo com ela, sendo autora da minha própria imaginação, reconstruindo tais experiências mentais e verbais, formalizando assim o aprender a aprender hoje tão divulgado.Nas trocas, nos dircursos, nas conversas conseguimos de alguma forma transmitir nossa aprendizagem, ou seja com dizia Vygotsky é na interação que o homem se faz homem.
E buscando em Feuerstein e estudando sua proposta que tem por base as experiências de aprendizagem mediada e a avaliação de potencial de desenvolvimento, que procuro base para meu questionamento sobre como podemos aprender a aprender? de que forma podemos mediar um aluno? Será que o mediador pode ser um facilitador da aprendizagem? e de que forma esse mediador poderá atuar na escola?Eses questinamnetos me fazem buscar em minha prática , primeiro como professora e depois como coordenadora que que forma podemos formar pessoas que compreendam a importância de mediar.
A mediação vem também para romper com os paradigmas e conceitos, hoje precisamos abrir as portas para a diversidade educacional,revendo nossas atitudes em sala de aula, integrando várias áreas do saber, trabalhar as várias educações, para poder identificar potencialidades, para que todos posssam ser alcançados,contribuindo assim com a escola inclusiva que chega hoje para agregar aqules com com transtornos ou que apresentam dificuldades de aprendizagem ou de ensinagem, Estou lendo um livro chamado Mediação da Aprendizagem que traz muitas contribuições de Feuerstein e de Vygotsky, chego a conclusão que minhas dúvidas e questionamentos estão trilhando caminhos certos. Buscar entender a mediação na aprendizagem é compreender de que forma acontece a aprendizagem no ser humano.
Toda minha infância foi mediada por minha mãe e por meu pai, que procuravam despertar em mim a vontade de aprender a aprender, a busca de me fazer compreender que lendo, eu seria de algum modo livre para voar como um pássaro, e assim ser autora da minha própria história.
Depois de anos tentando fazer com que minha equipe de professores compeendessem a importancia da mediação na aprendizagem,chego a conclusão que ainda tenho um vasto caminho a percorrer e eles também.
Ao professor não basta ensinar, ao professor compete mediar.
Vemos hoje um discurso muito usado em quase todas as escolas do país: " O aluno precisa aprender a aprender" na realidade isso virou um jargão, que na maioria das vezes não acontece. Todo professor precisa ter em mente que necessita mudar sua forma de agir , mudar o estilo de suas aulas, precisa alcançar este aluno na integra, ou a aprendizagem não irá acontecer. Nos cursos de graduação, pós- graduação e etc vemos professores nos aconselhando a lecionarmos de forma a transmitir as informações aos nossos alunados de forma que os mesmos consigam perceber e entender o que queremos transmitir. Os professores de uma forma geral até tentam mas a grande maioria não sabe como fazer isto acontecer.
Nas Universidades , lemos textos retirados de livros e não livros inteiros, por este motivo, apenas refletimos o que diz um capítulo,ou seja fazemos sinteses e discutimos o conteúdofracionado, não nos dão espaço para sermos autores de nossa prática, não nos deixam espaço para produzir bons textos, e assim formamos professores que não acham importante a criação, damos valores a cópias. Como diria Jung " nascemos original e morremos cópia". É bem verdade que isso acontece, portanto, precisamos de modelos para serem seguidos, mas que modelos estamos seguindo?formando? como exigir do professor, mudanças? Então levantamos uma questão: Qual a diferença entre ensinar e mediar? ou seja qual a diferença entre ser professor e ser mediador? Um professor pode ser mediador? Como fazer deste aluno autor de sua história ou que não seja apenas um transmissor de conhecimentos , mas que seja produtor de conhecimentos , que saiba desenvolver sua autonomia para poder aprender a aprender.Formando-se assim como que diz nossa LDB, cidadão do mundo, crítico , reflexivo, justo e eficaz nas suas ações e consciente de seu papel no mundo e na sociedade.

Minha mãe de uma certa forma me vem hoje a lembrança como a primeira mediadora que conheci e talvéz a mais importante. Em toda minha infância, lembro dela lendo e me fazendo depois narrar o que ela havia lido de forma que eu pudesse não decorar sua fala, mas de alguma forma oportunizar a minha criação, ou seja que eu pudesse descrever de que forma compreendi o que ela havia lido. O mais engraçado disso é que ela não tinha instrução, não havia feito um curso superior, nem pós graduação e nem tão puco mestrado ou doutorado em educação. Havia sim, todo um encantamento em sua fala, que até hoje a escuto contando com tanta emoção por exemplo, a história de Cachinhos de ouro, e eu enquanto ouvinte me deixava penetrar por esse mundo do faz de conta, e assim ia de uma certa forma construindo meus saberes e no dialógo com ela, sendo autora da minha própria imaginação, reconstruindo tais experiências mentais e verbais, formalizando assim o aprender a aprender hoje tão divulgado.Nas trocas, nos dircursos, nas conversas conseguimos de alguma forma transmitir nossa aprendizagem, ou seja com dizia Vygotsky é na interação que o homem se faz homem.

A mediação vem também para romper com os paradgimas e conceitos, hoje precisam abrir as portas para a diversidade educacional,revendo nossas atitudes em sala de aula, integrando várias áreas, trabalhar as várias educações, para poder identificar potencialidades para que todos posssam ser alcançados contribuindo assim com a escola inclusiva que chega hoje para agregar a todos deficientes ou não.
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